Uma em cada quatro pessoas vai sofrer um AVC ao longo da vida. Sabe identificá-lo e como reagir?

Por hora, três portugueses sofrem um Acidente Vascular Cerebral (AVC), um dos quais resulta em morte. Dos restantes, metade ficará com sequelas incapacitantes. O AVC continua a ser a principal causa de morte e incapacidade no nosso país. “O AVC é tratável e deve ser encarado como uma emergência”, alerta o médico José Castro Lopes, presidente da Sociedade Portuguesa do AVC.

O AVC ocorre por lesão de um vaso sanguíneo da circulação do sistema nervoso central mais frequentemente no cérebro mas também noutras estruturas como o cerebelo, o tronco cerebral ou, raramente, na medula espinhal. O tempo no diagnóstico e tratamento é a chave para a redução das sequelas provocadas pela doença.

“A Via Verde do AVC, ativada através de chamada para o 112, está organizada em Portugal para encaminhar os doentes rapidamente para os hospitais capazes de fornecer os tratamentos adequados. Mas para que o tratamento tenha sucesso, o tempo é fundamental”, acrescenta o médico José Castro Lopes, presidente da Sociedade Portuguesa do AVC.

O presidente da SPAVC explica que “existe uma janela terapêutica para o tratamento do AVC, ou seja, um momento ótimo para intervir no sentido de minimizar os danos no sistema nervoso central”.

“Esta janela terapêutica, na maioria das vezes, tem uma duração de poucas horas, o que determina a necessidade de rapidez no atendimento às pessoas com um AVC agudo”, refere. Falhar o atendimento do doente nesse espaço temporal pode provocar a morte ou um grau de incapacidade alto.

6,5 milhões de vidas são perdidas

Todos os anos, mais de 6,5 milhões de vidas são perdidas em todo o mundo e 1 em cada 6 pessoas vai ter um AVC. Em Portugal, três pessoas por hora sofrem um AVC, um dos quais acaba por morrer e pelo menos metade ficará com sequelas incapacitantes.

O AVC pode acontecer a qualquer pessoa, em qualquer idade, em qualquer momento e envolve todos: sobreviventes, familiares, amigos, profissionais de saúde, locais de trabalho e comunidade em geral. Responder rapidamente aos sinais de alerta pode fazer a diferença entre a recuperação e a incapacidade.

Quais os fatores de risco do AVC?

Hipertensão, diabetes, colesterol (LDL) alto, arritmia, tabagismo, obesidade, álcool são fatores recorrentes do AVC.

No jovem, o AVC está mais associado a alterações vasculares hereditárias ou adquiridas, a cardioembolismo, a estados de hipercoagulabilidade, tabagismo, consumo de álcool, uso de drogas ilícitas, doenças metabólicas, aterosclerose prematura e, possivelmente, enxaqueca.

O uso de cocaína e metanfetaminas pode ser causa de AVC por hipertensão, vasoespasmo ou vasculite.

Outras substâncias – como a heroína, outros opiáceos, marijuana, canabinoides sintéticos – podem estar associadas a AVC.

O uso de anticoncetivos orais está também associado a AVC.

As explicações são da médica Maria Teresa Cardoso, especialista em Medicina Interna no Hospital de S. João.

Fonte:lifestyle.sapo.pt