Plano global quer reduzir mortes por cólera em 90% até 2030

A cólera mata cerca de 95 mil pessoas e afeta mais 2,9 milhões a cada ano. Para a Organização Mundial da Saúde, OMS, uma ação urgente é necessária para proteger comunidades, evitar a transmissão e controlar surtos. É neste âmbito que foi criado um novo plano da rede global, que pretende reduzir as mortes em 90% nos próximos 23 anos.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, declarou que a agência tem “orgulho” de fazer parte desta nova iniciativa, que reúne mais de 50 agências da ONU e internacionais, instituições académicas e ONGs com o intuito de acabar com as mortes por cólera, doença que tem maior impacto entre as pessoas mais pobres e vulneráveis.  

O plano global é, de acordo com o líder da OMS, “a melhor forma disponível” de pôr um fim a este problema, ao buscar “alinhar recursos, partilhar experiências e fortalecer parcerias entre países afetados, doadores e agências internacionais”. Mais, as mortes por cólera são “evitáveis, usando as ferramentas disponíveis atualmente”, nomeadamente a vacina oral e o acesso a água limpa e serviços de saneamento e higiene.

De acordo com a OMS, se o plano for devidamente implementando até 20 países poderão eliminar a cólera até 2030. A organização lembrou que avanços no fornecimento de serviços de água e higiene livraram a Europa e a América do Norte da doença há décadas. Mas, embora esses serviços sejam reconhecidos como um direito humano básico pelas Nações Unidas, atualmente mais de 2 mil milhões de pessoas não têm acesso seguro à água.

Sistemas de saúde fracos e dificuldade de deteção precoce também contribuem para a rápida propagação de surtos. Segundo a OMS, a doença tem impacto desproporcional em comunidades atingidas por conflito, pela falta de infraestruturas e de serviços de saúde e pela desnutrição. O Iémen, por exemplo, vive o pior surto de cólera do mundo. De acordo com a Agência da ONU para Migrações, OIM, desde Outubro de 2016, 750 mil pessoas foram atingidas, e mais 5 mil são infetadas por dia. Mais de 2 mil pessoas já morreram.

FONTE: Expresso Das Ilhas