Agência cabo-verdiana diz que ovos contaminados não constituíram perigo para a saúde pública

A Autoridade de Segurança Alimentar Cabo-Verdiana (ARFA) informou hoje que uma única empresa do país importou 28 toneladas de ovos contaminados da Bélgica, mas não constituíram perigo para a saúde pública, porque não houve uma exposição prolongada. A garantia foi dada à imprensa pela administradora da ARFA, Patrícia Miranda Alfama, um dia após a entidade ter emitido um comunicado, onde confirmou a importação de ovos provenientes da Bélgica.

Patrícia Miranda Almada disse que o produto é tóxico, mas tem efeito para a saúde das pessoas só quando é consumido em grandes quantidades e durante muito tempo. “Gostava de tranquilizar a população de Cabo Verde que o perigo para a saúde pública é quando acontece uma exposição em altas quantidades e prolongada. E o que aconteceu, felizmente, é que houve uma única importação e não consideramos que houve uma exposição prolongada para esse produto”, garantiu a administradora.

“Para apresentar risco para a saúde pública, o ser humano terá de consumir grandes quantidades de ovos num prazo longo. Relativamente a Cabo Verde, não aconteceu esse consumo”, continuou. De acordo com a versão mais recente da lista a que a Lusa teve acesso na segunda-feira, Cabo Verde passou a integrar o rol de 11 países que receberam ovos ou subprodutos contaminados com o inseticida fipronil, utilizado nos medicamentos veterinários para o combate de parasitas em animais.

Na conferência de imprensa, Patrícia Miranda Alfama informou que a importação aconteceu no mês de junho e foi feita por uma única empresa cabo-verdiana, num total de 28 toneladas de ovos, que foram vendidos nas três primeiras semanas do mesmo mês na ilha de Santiago. A administradora avançou que, no início de agosto, a ARFA efetuou um rastreio, mas notou que os ovos contaminados com o inseticida fipronil, não permitido na cadeia alimentar, já não se encontravam disponíveis no mercado cabo-verdiano.

A administradora indicou que na sexta-feira a ARFA recebeu o alerta oficial do Sistema de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais da União Europeia (RASFF), que identificou qual a empresa belga que exportou para Cabo Verde em junho. Por isso, afirmou que, apesar de os ovos já não estarem no mercado, a autoridade de segurança alimentar concluiu que estavam contaminados, porque a empresa exportadora era visada, tal como o país.

Patrícia Miranda Almada informou que o alerta já foi distribuído aos serviços veterinários de inspeção na fronteira e que o país vai continuar com os contactos com a União Europeia, um dos principais mercados exportadores de produtos alimentares para Cabo Verde. “Vamos continuar a acompanhar as importações. A qualquer momento é feita importação, vamos acompanhar de que país vem as quantidades, a data. Em termos institucionais, o país tem todas as condições para dar essa garantia”, vincou.

Patrícia Almada lembrou que os ovos contaminados já foram retirados do mercado europeu, pelo que já não há “nenhum risco” de Cabo Verde importar o produto. A responsável da ARFA salientou a importância de Cabo Verde fazer parte da rede de informação internacional, através do sistema de alerta rápido da União Europeia. “Se não fizéssemos parte dessa rede, não teríamos essa informação em tempo útil. O facto de Cabo Verde estar permanentemente em contacto com as autoridades da União Europeia é extremamente positivo para o controlo dos produtos alimentares”, salientou.

FONTE: Lusa