O Bastonário da Ordem dos Médicos Cabo-Verdianos (OMC), Dr. Danielson Veiga, expressou esta quinta-feira, 7, em entrevista à Lusa, a satisfação da agremiação profissional pela promulgação há uma semana, pelo Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, da lei que regula a doação, colheita e transplante de órgãos humanos.
O Dr. Danielson Veiga afirmou que, embora ainda não se conheça qual a previsão de implementação do projeto, esta “é uma decisão que muito nos orgulha”, já que “em Cabo Verde os doentes ainda estão a ser transferidos para Portugal e é claro que a [transferência] é uma oportunidade de tratamento”, mas “ficam isolados, podem não ter outro familiar” por perto, disse à Lusa o bastonário da OMCV.
O Bastonário da OMC alertou ainda que, além de ser importante que as autoridades do setor da saúde estejam cientes acerca da logística e dos equipamentos que são necessários para a implementação de um programa nacional de doação, colheita e transplante de órgãos humanos, “há necessidade também de capacitar os técnicos, não só médicos, mas também pessoal de enfermagem”, apontando que serão necessários, pelo menos, seis meses para os técnicos estarem capacitados e começarem a operar na área.
Numa primeira fase, afirmou o Dr. Danielson Veiga, as soluções poderão ser encontradas na vasta rede de cooperação que o nosso país estabeleceu desde a sua independência. “Temos de fazer de tudo para colocar pessoas capacitadas a trabalharem em Cabo Verde. Somos um país com parceiros, temos bons amigos em Portugal. Muitos estão empenhados em apoiar-nos neste projeto”, declarou o Bastonário da OMC.