Serviços de Saúde oferecem tratamento desde os primeiros anos de vida
70 dos 325 milhões de doentes de hepatite que há no mundo vivem em África, tendo causado mais de 136 mil óbitos em 2015. Em Cabo Verde, que registou 300 casos da doença, há tratamento disponível desde a primeira infância.
Há mais de dez anos que o nosso país, através do Plano de Vacinação Nacional, disponibiliza para as crianças três doses de vacinação de hepatite B em momentos diferentes, o que protege e previne o surgimento da doença na idade adulta, informa o Infeciologista Jorge Barreto, do Ministério da Saúde. Aos adultos o MS disponibiliza testes para identificação da hepatite B, que podem ser feitos nos hospitais ou em laboratórios privados.
Segundo o especialista, a patologia pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Quanto aos outros tipos de hepatite, afirma o especialista, “normalmente são curáveis”, mas para isso o doente deve estar atento e em sintonia com o médico.
Este ano, no âmbito da campanha mundial contra a doença, que decorre sob o lema “Eliminar a Hepatite”, a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, exortou as comunidades a acelerarem o passo para se atingir a meta da eliminação da hepatite viral até 2030. Segundo Moeti, trata-se de um problema de saúde pública à escala mundial que requer uma resposta urgente.
O relatório produzido pela OMS em 2017 mostra que, em finais de 2015, aproximadamente 325 milhões de pessoas viviam com uma infeção crónica devida ao vírus da hepatite B ou da hepatite C. Destas, salienta, cerca de 70 milhões encontram-se na Região Africana onde, em 2015, estima-se que a doença tenha causado mais de 136 mil óbitos.
Infelizmente, a maior parte dos doentes só sabe da sua contaminação quando efetua um rastreio específico para tal. Por isso, sublinha Barreto. Assim, a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável convoca a comunidade internacional a lutar contra a hepatite e recomenda abordagens inclusivas que promovam a equidade e a Cobertura Universal Sanitária para que ninguém fique para trás.
Segundo a diretora regional da OMS para África, a organização continuará a apoiar os estados-membros na implementação da estratégia contra a hepatite visando a eliminação deste problema de saúde pública na Região Africana.
De acordo com especialistas, as hepatites virais tipos A-E causam infeção e inflamação no fígado, que podem levar a cirrose hepática, câncer do fígado e são transmitidas por má higiene dos alimentos, água contaminada e falta de saneamento. Já as hepatites B, C e D são transmitidas por sangue, esperma e outros fluidos corporais contaminados.
FONTE: Expresso das Ilhas/Inforpress