Discurso de tomada de posse do Bastonário da OMC, Dr. Danielson Veiga

Sr. Ministro da Saúde e da Segurança Social. Excelência  

Exmo. Sr. Bastonário, da OM Cessante

Distintos convidados

Estimados colegas e amigos

Minhas senhoras e meus senhores

 

Dirijo-me a vossa Excia. Senhor Ministro,

Cumprimentando e agradecendo a vossa presença, o que consideramos ser uma honra e um privilégio a vossa presidência nesta cerimónia e um reconhecimento da importância da Ordem dos Médicos na saúde em Cabo Verde.

Muito obrigado.

Dirigindo ao Senhor bastonário cessante,

Quero agradecer a sua presença e destacar o seu contributo na firmação da OMC, por ter sido, uma voz ativa na defesa da classe e dos utentes da saúde.

Quero dirigir os meus Cumprimentos e agradecimentos a todos os anteriores Bastonários, Médicos e parceiros da OMC aqui presentes.

Cumprimento também os presidentes dos Conselhos Regionais Cessantes de Barlavento e Sotavento, Dra. Antonieta Andrade e Dr. José Manuel Aguiar, e ao mandatário da lista eleita, Dr. Jailson Cid.

Faço um especial louvor a todos os colegas que se envolveram fortemente na elaboração da nossa lista de candidatura e a todos que nos honraram com o seu voto, conferindo total legitimidade ao nosso mandato.

Sr. Ministro

Distintos Convidados

Estimados colegas e amigos

Minhas Senhoras e meus Senhores

Considero este, um momento ímpar na minha vida, uma oportunidade de servir a OMC e ao meu país. Confesso que muito do que sou e das escolhas que fiz ao longo da vida devo à origem simples da minha família e da sólida formação que recebi dos meus pais.

Devo muito, ainda a todos os colegas, sobretudo os seniores, com quem trabalhei e tenho trabalhado, que direta ou indiretamente se transformaram numa referência que peculiarmente se define no meu perfil sociofamiliar e profissional.

Estou ciente da exigência desta minha nova missão- Representar o médico cabo-verdiano!

Agradeço a confiança.

 

Distintos Convidados 

Estimados colegas e amigos, 

A medicina em Cabo Verde tem registado avanços consideráveis, sustentados, graças a desenvolvimentos científicos e tecnológicos verificados a nível mundial como também da franca melhoria das condições sanitárias e económicas do país.

Esses avanços estão espelhados nos indicadores de saúde do país, nomeadamente no aumento da esperança média de vida.

Cabo Verde encontra-se atualmente na fase de transição epidemiológica. A consciência social da importância da saúde e o assédio da classe médica por parte dos meios de comunicação social são outros fatores que têm influenciado o exercício da Medicina no mundo e também em Cabo Verde.

Este novo paradigma exige de nós reflexões e adaptações, sendo, portanto, o nosso maior desafio enquanto médicos, perante o nosso desígnio, é de elevar a qualidade da Medicina que prestamos à sociedade.

Essa missão deve ser sentida e cumprida por todos os médicos cabo-verdianos, com sentido de responsabilidade, humanismo, ética profissional e espírito de equipa.

A nossa insularidade implica que estejamos juntos, unidos, para transformarmos essa realidade, numa grande oportunidade de desenvolvimento, para que todos os médicos possam ter as condições desejáveis para o exercício profissional, sintam-se valorizados e motivados e que tudo isso resulte numa medicina de qualidade, universal e equitativa, cumprindo assim os desígnios da Tutela.

Ao longo do período pré-eleitoral apercebemos que os médicos querem ter uma voz mais ativa nas matérias relacionadas com a saúde e a segurança clínica.

Estamos convictos que a Ordem continuará a ser um parceiro relevante das Instituições e Tutela, nomeadamente na discussão de políticas e programas de saúde.

A figura social do médico ainda é efetivamente de destaque, porém, sentimos que nos tempos de hoje, esse reconhecimento público é pontual, individual e não para a classe na sua globalidade.

Nós estamos juntos como classe, mas temos que nos sentir unidos!

É trabalho da Ordem, também zelar para a dignificação e reconhecimento social da classe!

Temos que resgatar a nossa confiança e a dignidade do médico, melhorar a relação dentro da classe e com os parceiros, nomeadamente com a sociedade civil- que deve entender claramente que o nosso papel é garantir a prestação de uma medicina de qualidade-, com a tutela, emprestando a nossa  competência técnica, que será vinculada pelos colégios de especialidade, para garantirmos uma boa organização da saúde, para que seja sobretudo funcional, com as instituições, zelando para que as condições de trabalho permitam-nos desempenhar com responsabilidade e segurança a nossa função, com base no respeito mutuo, sempre ciente da unicidade do papel  do médico.

Todos sabemos que a qualidade da medicina está intimamente relacionada com o conhecimento e, portanto, a formação com de qualidade será um dos ingredientes necessários para melhorar o nosso desempenho médico em Cabo verde, tanto na formação pré-graduada, representada pela faculdade de medicina, como na formação pós-graduada e de especialização médica.

Impera neste momento que se zele pela ética, pela dignidade do médico e pelo cumprimento do código deontológico.

Estou totalmente comprometido com este desafio, mas a união dos médicos, aliado a seu espírito humanista, será o meu bastão.

Conto com o contributo de todos os médicos nesta caminhada.

Queremos ser parceiros dos decisores políticos e da saúde, colaborando em vários aspetos, sobretudo a nível técnico.

Refiro-me, por exemplo, à elaboração de protocolos clínicos e institucionais, a preparação de planos de previsão de necessidade de especialistas em número / por habitantes e por estabelecimentos de saúde, a organização de planos de criação e de desenvolvimento de cada especialidade e seus requisitos para a sua atuação, cuja determinação pode e deve ser assumida – sem receios – pelos únicos órgãos que têm as competências técnico-científicas para tal, – os Colégios de Especialidade –  e assim fazer prevalecer as boas práticas médicas.

Para alem da atividade assistencial, queremos engajar os médicos a terem uma atividade científica bem estruturada, se dedicarem à pesquisa médico-científica competitiva, de forma a denunciarem o nosso mérito e o trabalho que temos feito, tanto dentro como fora de cabo verde.

Do alto deste púlpito, em nome de todos os médicos, aproveito o momento para fazer reconhecer, agradecer e exaltar os presentes atores e protagonistas da saúde, tanto sociais como individuais, sobretudo os nossos antecessores, pelos êxitos alcançados e pela forma inestimável que abnegadamente conseguiram cuidar e mudar os indicadores de saúde, considerada muito positiva para um país de parcos recursos como o nosso, quando comparado com outros países de desenvolvimento similar a Cabo Verde.

Não obstante aos sucessos conseguidos, queremos clarificar e melhorar constrangimentos em alguns processos de rotina, enfrentados na Classe, nomeadamente, o de ingresso, estágio regulatório, colocação, progressão, reconhecimento da especialidade e do mérito do médico para edificação de um Sistema Nacional de Saúde mais robusto, mais solidário e mais universal no que concerne a proteção e a promoção da saúde em cabo verde.

 

Senhor Ministro da Saúde,

Conto com a sua colaboração ativa neste desafio que ora assumo.

É indispensável dotar os serviços de saúde com mais recursos técnicos e humanos, para que possamos melhorar ainda mais, os bons resultados já alcançados, mas que a nosso ver, estão aquém daquilo que conseguimos e temos capacidade de produzir.

Sem entusiasmo, perderemos a nossa capacidade de inovação.

Queremos inovações e condições que dão prestígio à nossa prática médica; ser um parceiro ativo, intervindo sempre que estiver em pauta a qualidade de medicina; facultar meios que promovam o reconhecimento da competência e do mérito, e a melhoria da confiança no relacionamento médico-paciente em Cabo Verde;

Em Cabo Verde, pelo número dos médicos registados, sua origem universitária, vontade e competência demonstrada, temos o direito de ter já, ou para breve, uma medicina de nível Europeu.

O financiamento adequado na saúde e a reforma da Segurança Social são compromissos desejáveis e inadiáveis para permitir a adaptação da medicina a essa nova era, onde os desafios no diagnóstico e tratamento atempado, o prognóstico na qualidade da saúde e da vida dos utentes, se imperam.

 

Caros colegas, amigos e distintos convidados,

Sei que almejam por uma Saúde melhor, tanto para os médicos como para a sociedade.

Prometo ser o bastonário de todos os médicos, independentemente de estes atuarem no público ou no privado, de serem novos ou experientes, especialistas ou não, atuarem na periferia ou no centro.

Queremos unir a classe.

Privilegiarei o diálogo como forma de nos aproximar e, zelarei pelo cumprimento do código deontológico para manter a primazia da nossa classe.  Juntos vamos trilhar este caminho e acrescentar ganhos importantes na Medicina em Cabo Verde.

Contamos com o vosso contributo no processo de aprimoramento do programa de ação, que iremos partilhar convosco, de modo a que este reflita a consenso, os aspetos a melhorar na Instituição onde trabalhamos, na Classe, como também no nosso Sistema Nacional de Saúde

CONTAMOS COM CADA UM E COM TODOS E JUNTOS POR UMA ORDEM UNIDA, RENOVADA E INTERVENTIVA!

Muito obrigado!!!!