Há, em relação à semana passada, mais 131 casos autóctones de paludismo na Praia, confirmou, hoje, ao Expresso das Ilhas, a Delegada de Saúde, Ulardina Furtado. “Temos 131 casos autóctones e 4 importados”, confirmou. Ulardina Furtado rejeita que o número de casos possa ser maior do que aquele que foi anunciado porque, afirma, “este é um tipo de doença em que as pessoas não ficam em casa, porque se ficarem em casa a doença pode evoluir para um paludismo grave”.
A responsável questionada sobre uma possível projeção para a evolução do surto de paludismo disse que “não gostaria de fazer projeções porque é um bocado imprevisível dada a situação e dado à época das chuvas também. Os casos apareceram antes das chuvas e depois das chuvas há sempre um pico. Mas temos equipas no terreno, há uma intervenção mas não podemos dizer se há um aumento ou uma diminuição”.
“Estamos a trabalhar para que não haja casos e estamos a trabalhar para que para salvaguardar as vidas humanas”, reforçou. A Delegada de Saúde da Praia aproveitou igualmente para avisar que “neste momento, com este surto, todo o cuidado é pouco. Não é para estarmos alarmados, não é caso disso”, assegurou aconselhando de seguida para a utilização de repelente, de roupas largas, frescas, de mangas compridas para evitar as mordidas, principalmente no período da tarde, evitar a reserva de água em casa, para que não fique a água parada e para que se evite a acumulação de lixos.
De recordar que no espaço de uma semana foram registados mais 60 casos de paludismo que Ulardina Furtado explica com o início da época das chuvas. Para os restantes 71 que tinham sido registados anteriormente, a Delegada de Saúde da Praia disse que se vai agora tentar perceber a razão do seu aparecimento.
Portugal emite alerta a turistas
A Direcção Geral de Saúde de Portugal emitiu, entretanto, um alerta a todos os viajantes com viagem marcada para Cabo Verde. A estes é recomendada a marcação de “uma Consulta do Viajante ou com o Médico Assistente, pelo menos 4 semanas antes da partida” e que sejam adoptadas diversas medidas de prevenção como aplicar repelentes em adultos e crianças, ao longo do dia e proteger carrinhos de bebé e berços com redes mosquiteiras.
Para além destas medidas a DGS portuguesa recomenda, ainda, “que os viajantes com destino à Ilha de Santiago, cidade da Praia, façam quimioprofilaxia para a malária, de acordo com as indicações do médico. As grávidas devem evitar viajar para a Ilha de Santiago, cidade da Praia. Se a viagem for inadiável, deverão recorrer à Consulta do Viajante ou ao médico assistente”.
Câmara Municipal da praia vai reforçar o combate ao paludismo
A Câmara Municipal da Praia vai reforçar, nos próximos dias, o combate ao paludismo com campanhas de limpeza em todos os bairros da capital, especialmente nos mais afetados como Várzea, Achada Santo António, Achadinha, Ponta Belém e Lém Ferreira.
O aumento de pessoas infetadas preocupa a autarquia que diz estar pronta a dar a sua contribuição para a eliminação dos focos de mosquitos e estancar a doença. A Câmara Municipal da Praia já tem traçada a sua estratégia para os próximos dias que consiste na demolição de pardieiros e limpeza dos bairros.
Uma ação que acarreta custos, mas que é necessário para dar combate ao surto do paludismo. A edilidade praiense promete fazer a sua parte, mas espera, por outro lado, a colaboração da população, tanto nas campanhas de limpeza como na identificação de possíveis focos de mosquitos.
O Presidente da Câmara Municipal da Praia, Óscar Santos, participou, ontem, da reunião do Ministério da Saúde e Segurança Social que tinha, dentre outros objetivos, apresentar a situação epidemiológica do Paludismo na Praia, referente ao ano de 2017.
FONTE: Expresso das Ilhas/RTC